Veículos progressistas denunciam execução de Shireen Abu Akleh pelas forças de Israel

Carta com 30 assinaturas aponta que episódio com Shireen Abu Akleh não é isolado e que, ao longo dos últimos anos, jornalistas palestinos se tornaram alvo de Israel

Nós, a Revista Diálogos do Sul, a TeleSUR TV e mais 28 veículos de comunicação progressistas ao redor do mundo assinamos ontem (11) um protesto condenando a brutal execução da jornalista palestina Shireen Abu Akleh, pelas Forças de Ocupação de Israel.

Ainda ontem, durante a madrugada, Shireen cobria uma operação no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, quando foi morta com um tiro no rosto, mesmo usando colete que a identificava como jornalista.

Ali al-Samoudi, membro da equipe de Akleh, composta ao todo por quatro profissionais, também foi baleado nas costas, está internado, mas fora de perigo.

Mural em homenagem a Shireen Abu Akleh na cidade de Idlib, Síria (Foto: سلام حامض Art (Salam Hamed) / Facebook)

“Sua morte não é uma anomalia, nem acidental. Ao longo dos últimos anos, jornalistas palestinos foram repetidamente alvos do Estado de Israel, sofrendo assédio judicial e violência nas mãos das forças israelenses”, denuncia a carta.

No texto – também assinado pelo portal peoples dispatch – os comunicadores denunciam ainda a tentativa, por oficiais israelenses, de se livrar da responsabilidade pela morte. Autoridades sionistas tentam culpar palestinos pelo disparo.

Shireen Abu Akleh tinha 51 anos e era jornalista sênior, atuando havia 25 anos na Al Jazeera. Ela cobria ofensivas e agressões da ocupação israelense contra o povo palestino, além de transmissões diretamente do Egito e dos Estados Unidos.

Leia a seguir a declaração traduzida na íntegra:

Nós, um grupo de veículos progressistas de todo o mundo, condenamos o brutal assassinato de nossa colega Shireen Abu Akleh pelas mãos das Forças de Ocupação israelenses.

Shireen, uma jornalista habilidosa e sensível da Al Jazeera, estava cobrindo um ataque violento ao campo de refugiados de Jenin pelas forças israelenses, quando ela e outros jornalistas foram baleados por atiradores israelenses apesar de serem claramente identificados como jornalistas. Shireen, que usava capacete e colete à prova de balas, foi morta com um tiro no rosto. Seu colega Ali al-Samoudi também foi baleado e ferido, mas está se recuperando.

Declarações divulgadas por oficiais israelenses e pela grande mídia tentando transferir a responsabilidade das forças israelenses pela morte de Shireen são irresponsáveis. Além disso, sua morte não é uma anomalia e nem acidental. Ao longo dos últimos anos, jornalistas palestinos foram repetidamente alvos do Estado de Israel, sofrendo assédio judicial e violência pelas mãos das forças israelenses. Também nos lembramos de Yaser Murtaja, cinegrafista e fotojornalista palestino, que foi morto ao cobrir a Grande Marcha do Retorno na Faixa de Gaza em 7 de abril de 2018.

Nos solidarizamos com povo da Palestina, que continua a resistir ao violento regime de apartheid israelense, e com os corajosos jornalistas que colocam suas vidas em risco para contar suas histórias.

  • Palestine Chronicle
  • Ajans Près Popilè Ayisyèn (Haiti)
  • Agencia Latinoamericana de Información – ALAI
  • Al-Mayadeen (Líbano)
  • ARG Medios (Argentina)
  • Barricada TV (Argentina)
  • Brasil de Fato (Brasil)
  • Breakthrough News (Estados Unidos)
  • Capire
  • Cartago TV (Argentina)
  • Colombia Informa (Colômbia)
  • Diálogos do Sul (Brasil)
  • El Ciudadano (Chile)
  • The Insight Newspaper (Gana)
  • Jornalistas Livres (Brasil)
  • Kawsachun News (Bolívia)
  • Liberation News (Estados Unidos)
  • Madaar
  • Multipolarista
  • Nativa (Bolívia)
  • NewsClick (Índia)
  • New Frame (África do Sul)
  • Pan African Television (Gana)
  • Peoples Dispatch
  • Pressenza International Press Agency
  • Radyo Rezistans (Haiti)
  • Reporteros de Investigación (Honduras)
  • Resumen Latinoamericano (Argentina)
  • Shadowproof (Estados Unidos)
  • TeleSUR TV

* Texto publicado originalmente em Diálogos do Sul Global.