Engenharia nacional reconhece papel da série “Operação Condor” para democracia brasileira

Entidades somam apoio a “Operação Condor” e afirmam que produção contribui para construção de um futuro mais justo e democrático

O Clube de Engenharia do Brasil e a Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge) acabam de declarar apoio à série de TV “Operação Condor”, dirigida por Cleonildo Cruz e Luiz Gonzaga Belluzzo. Com sete episódios, a produção vai expor em detalhes a articulação repressiva que instaurou ditaduras no Brasil e na América Latina, com apoio dos Estados Unidos e da Europa.

As entidades, as primeiras do setor de engenharia a endossar o projeto, ressaltam sua importância para a reconstrução histórica e para o fortalecimento do debate democrático.

Francis Bogossian (Foto: Reprodução)

“A série aprofunda a compreensão sobre o período sombrio das ditaduras na região, reafirmando a importância da memória histórica para a construção de um futuro mais justo e democrático”, afirma Francis Bogossian, presidente do Clube de Engenharia.

Bogossian acrescenta que o projeto amplia o debate aberto pelo longa-metragem “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles e vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional. “É com grande honra que lembramos a trajetória do engenheiro Rubens Paiva, cuja história de coragem e resistência foi retratada no filme. Esse relato aprofundou o entendimento sobre a ditadura no Brasil”, analisa.

Mais apoio a Operação Condor” a caminho

Entre os dias 2 e 3 de junho de 2025 acontece o Fórum da Engenharia Nacional, um espaço permanente de diálogo e articulação da engenharia brasileira. O evento será realizado no auditório do Clube de Engenharia, no Rio de Janeiro, e vai contar com uma declaração oficial de apoio das entidades da engenharia nacional à série “Operação Condor”:

“Vamos propor que o Fórum Nacional da Engenharia una-se oficialmente ao Clube de Engenharia e à FISENGE, que já declararam apoio à iniciativa”, adianta Bogossian. Para o líder, firmar essa aliança é prova de que a engenharia não pode ser neutra diante da história. “É nosso dever impulsionar o desenvolvimento dos países com justiça social, soberania e democracia”, explica.

Bogossian acrescenta que “Operação Condor” busca denunciar um passado de violência e autoritarismo que jamais pode se repetir, e nesse sentido assevera: “É papel da engenharia estar ao lado dos direitos humanos, da democracia na América Latina e do compromisso inegociável com o ‘nunca mais’ às ditaduras em nossa região.”

Engenharia na construção democrática

Para os diretores Cleonildo Cruz e Luiz Gonzaga Belluzzo, o apoio das entidades reforça o papel da engenharia como agente social comprometido com a busca da verdade, a memória histórica e a justiça social, evidenciando que a engenharia transcende a técnica e atua como força ativa na construção de uma sociedade mais consciente, ética e democrática.

Vale destacar que o endosso da engenharia integra um robusto e diversificado time de organizações políticas, educacionais e de direitos humanos, do Brasil e da América Latina, que igualmente constatam, de forma unânime, a relevância de “Operação Condor” na preservação da memória, na promoção da justiça social e no fortalecimento da democracia.

Para saber mais informações, confira a seção especial: “Série Operação Condor”.


* Texto publicado originalmente na Diálogos do Sul Global.